A administração é um campo de conhecimento e prática relativamente novo se comparado às áreas de en genharia, direito ou medicina. Mesmo que as práticas de administração sempre tenham acompanhado a vida humana organizada, seu estudo sistemático remonta apenas ao final do século XIX e surge da necessidade de dar respostas ao desafio de modernização, industrialização e urbanização das sociedades ocidentais, sob os auspícios dos princípios racionais iluministas. O avanço do projeto iluminista materializou-se na proliferação desse novo campo ao longo de todo o século XX. De fato, neste início do século XXI, a administração expandiu-se de forma exponencial, seja pela atração de inúmeros candidatos para seus programas de graduação e pós-graduação, seja pelos profissio nais exercendo a nova atividade na densa rede de organizações privadas ou públicas típica das sociedades contemporâneas. Os números falam por si: no Brasil, existem mais de 700 mil alunos de graduação matricu lados em mais 2 mil cursos de administração, e a expectativa de crescimento é de um milhão de alunos até o final desta década. Além disso, esse é o curso que mais cresce no país e o que oferece maiores oportunidades de empregos. No decorrer de toda essa trajetória, o campo da administração tentou encontrar sua identidade inte lectual. Ele surgiu sob o argumento da independência intelectual de outras áreas de conhecimento e da tentativa de criar uma nova ciência baseada em princípios racionais. No entanto, pôde-se perceber que as fronteiras de delimitação entre a administração e as áreas da sociologia, psicologia, economia ou engenha ria eram mais tênues do que seus fundadores tinham originalmente presumido e que os princípios gerais de administração eram tão dependentes de situações ou contingências que qualquer tentativa de conside rá-los leis ou quase leis era, no mínimo, frustrante. A ausência de 'ciência' na administração não significa, no entanto, que não exista um conhecimento sis