Administração
Nesse sentido, creio que os equipamentos públicos de atenção às demandas na área de saúde precisam assegurar serviços específicos de proteção à mulher. Estes serviços são necessários para construir condições básicas de cidadania a um segmento social que, historicamente, tem sofrido os efeitos de inúmeras discriminações no ambiente familiar, no trabalho, nas atividades de representação política, enfim, discriminações típicas como de gênero
O agressor, dado ao seu papel de “provedor da família” é beneficiado pela tolerância da cultura machista, enquanto a mulher, produto e vítima desta mesma cultura, por muito tempo se recolheu na intimidade do lar e nas sombras da cultura que a subordinou ao espaço doméstico, sem o protagonismo da sua própria história. Indiscutivelmente, o milenar silêncio das mulheres agredidas e as idéias sobre sua inferioridade têm contribuído para a manutenção e o aumento deste tipo de violência.
A idéia de violência que adoto nesta reflexão está baseada em VILLELA
(apud AZEVEDO, 1985:19).
Violência é toda iniciativa que procura exercer coação sobre a liberdade de alguém, que tenta impedir-lhe a liberdade de reflexão, de julgamento, de decisão e que termina por rebaixar alguém ao nível de meio ou instrumento num projeto, que absorve e engloba, sem tratá-lo como parceiro livre e igual. A violência é uma tentativa de diminuir alguém, de constranger e renegar-se a si mesmo.
A preocupação com a violência coloca-se hoje como uma questão central para muitas sociedades e se expressa de diferentes maneiras. O termo violência é geralmente associado a agressões físicas ou sexuais, resultando em lesões corporais,