Filme: Tempo de Matar O filme “Tempo de Matar narra a história de uma criança negra de dez anos de idade que é estuprada e espancada brutalmente por dois homens brancos. O pai da criança, Carl Lee, prevendo a impunidade dos dois homens, resolve “fazer justiça com as próprias mãos”, matando os agressores de sua filha em pleno tribunal e na presença de várias testemunhas. Dentre os assuntos mais relevantes apresentado no filme, a questão sobre a divisão de raças é o tema que permeia toda a obra. O filme se passa numa pequena cidade do estado americano do Mississipi, uma região que historicamente teve uma ideologia sobre divisões de raças e que apoiava a escravidão por acreditar que os brancos eram uma raça superior. O direito é a idéia que cada indivíduo traz dentro de si sobre o que é correto; é o que cada um de nós pensa a respeito de como deveria ser o texto legal; é o que alguns filósofos convencionaram chamar de direito divino, o direito acima de qualquer crítica, sem erros, o direito justo, moral, ético, utópico, que é buscado pelas pessoas de bem e pelas sociedades. No caso do filme analisado, temos como problema: o racismo e a intolerância racial, que muda os princípios e direitos fundamentais, além de promover um mal-estar social. O Direito assumindo sua função social não pode sustentar o racismo, mas apontar soluções para a resolução do problema. No filme, vê-se de um lado um promotor partidário e imparcial, mostra a possibilidade de julgamentos tendenciosos, nos quais a busca da verdade nem sempre é o norte a perseguir. O esforço de Jake (este sendo o advogado de Carl Lee) personifica a busca por mudanças estruturais na sociedade, enxergando e tentando mostrar que estruturas postas podem ser destruídas pelo Direito. Até então, a justiça se esquivava dessas questões, como no caso dos estrupadores que, certamente, seriam absorvidos, por serem Brancos. A justiça aplica seus filtros culturais, filosóficos, emocionais, circunstanciais,