Administração geral
Ganhar dinheiro nunca foi uma coisa muito bem aceita entre os brasileiros. Ao contrário dos Estados Unidos, onde a sociedade promove e celebra o empreendedorismo. Por aqui, abrir o próprio negócio, tornar-se empreendedor e ganhar dinheiro com isso tornou-se algo aceito pelos brasileiros apenas há pouco tempo. O escritor Jorge Caldeira, autor dos livros “Mauá, empresário do Império” e “História do Brasil com empreendedores”, deu uma entrevista a um programa da Rio Bravo Investimentos, que está acessível via podcast no link abaixo. Nesse bate-papo, Caldeira fala da cultura do empreendedorismo no Brasil e de seus livros.
Para ele, em alguma medida, é verdadeiro que a cultura brasileira é uma cultura que não reconhece o papel do empreendedor, apesar de termos uma economia baseada no empreendedorismo há muito tempo. “Em 1800 tínhamos uma dinâmica econômica baseada numa figura que era o empreendedor, aquele que veio para a América para enriquecer”, afirma Caldeira. “E esse que vinha de fora se juntava a outro igualmente empreendedor que era, basicamente, o índio, que deixava de lado sua cultura local para se associar via casamento ou via aliança com esse que chegava de fora. Os dois juntos, com o sentido empreendedor.” Esse encontro, de acordo com o escritor, propiciou um Brasil empreendedor. É disso que trata o livro “História do Brasil com empreendedores”.
Caldeira explica, no entanto, que, por alguma razão, recortamos essa figura empreendedora da nossa história. A trajetória do povo brasileiro, segundo o autor, ficou marcada muito mais pelo mercado externo da época do Brasil colônia e pela escravidão do que pelo trabalho empreendedor. Agora, para Caldeira, é hora de repensar tudo isso. “Um entendimento novo do passado permite entender de um modo novo também os problemas atuais”, afirma. E, com isso, encontrar maneiras de fomentar o empreendedorismo no Brasil.
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