Administração de vendas
Por quase dois anos, o engenheiro mineiro Marcelo Mosci administrou a prosperidade. Presidente da operação latino-americana da General Electric desde outubro de 2006, Mosci teve diante de si um cenário de crescimento e ganhos poucas vezes visto no mundo. Suportados, entre outros fatores, por uma economia com vigor aparentemente inesgotável, os negócios da GE no Brasil cresceram a uma média anual de mais de 30% desde 2004. Em 2008, no melhor ano de sua história no país, a operação faturou 3,4 bilhões de dólares – 46% mais que em 2007. Mosci, como tantos outros executivos em posição semelhante, olhava para frente, preocupando-se em como a GE poderia crescer ainda mais. Não era uma missão fácil. Mas o mundo parecia conspirar a favor dos homens de negócios e respirava-se numa atmosfera de otimismo. Foi então que, sem que nenhum analista ou Prêmio Nobel de economia pudesse prever, parte do mercado financeiro se dissolveu e a incerteza em relação ao presente e ao futuro passou a fazer parte da rotina. O mundo mudou e está fazendo mudar a liderança e a gestão de negócios de todos os tipos, em todas as partes do mundo.
Marcelo Mosci, Presidente da GE para América Latina
Faturamento de 3,4 bilhões de dólares em 2008 e 6.500 funcionários
O que fez: Aumentou a frequência das reuniões sobre resultados. Em janeiro, tomou uma medida inédita em seus mais de dois anos à frente da companhia: uma demissão em massa.
Olhe para Marcelo Mosci. O executivo encarnado por ele em 2009 tem pouco a ver com aquele que comandou a GE em 2008 – sem que isso signifique que um seja melhor do que o outro. Saiu de cena o estrategista, o homem das grandes tacadas. No lugar dele, a crise fez surgir o administrador tático, que olha o presente com atenção às minúcias. Um homem ou uma mulher num cargo de liderança pode torcer o nariz para esse tipo de