Administração de marketing
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A essas dificuldades somam-se aquelas que qualquer brasileiro enfrenta ao abrir um negócio. O processo é dolorosamente lento e burocrático. Um ranking de 181 países organizado pelo Banco Mundial traz o Brasil entre aqueles onde é mais penoso montar uma empresa, na 127ª posição. Para abrir um negócio, é preciso esperar, em média, 152 dias e ainda ter paciência para cumprir dezoito procedimentos burocráticos. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos a empresa sai do papel em seis dias e a burocracia tem um terço do tamanho. O crédito também é mais caro e escasso no Brasil, o que obriga as pessoas a fazer uso da poupança – ela fornece em torno de 70% do capital inicial investido em uma empresa no país. Por fim, pesa contra os profissionais uma alta carga de impostos, que chega a abocanhar 52% do lucro das empresas. Mais de dois terços dos empreendedores brasileiros são informais – outro ponto em que os novatos decidiram agir de forma diferente. Entre eles, praticamente inexiste a informalidade.
Foi depois de passar por todos esses entraves que o engenheiro químico Marcio Bastos, 60 anos, recém-demitido de uma multinacional petrolífera, tomou a decisão de criar um negócio voltado para prestar assessoria a iniciantes como ele: "É um aprendizado. Vi logo que não dava para replicar os processos de uma multinacional numa empresa pequena". Um alto grau de empreendedorismo é vantajoso para qualquer país. O economista Joseph Schumpeter (1883-1950) dizia que, sem isso, não haveria inovação tecnológica e os países estariam fadados a uma posição de equilíbrio estático, em que o crescimento da economia seria nulo. O Brasil é o 13º país mais empreendedor do mundo, mas o que se vê ainda é distante daquele cenário pintado por Schumpeter: predominam aqui negócios minúsculos, sem grande inovação, que são varridos do mapa na mesma velocidade com que surgem. "Esses negócios não se traduzem em aumento de vagas no mercado de trabalho, maior oferta de serviços ou preços mais