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Ouro Preto é uma cidade já pronta e as construções novas, que uma ou outra vez, lá se fizeram, serão obrigatoriamente controladas pelo SPHAN que terá mesmo de qualquer forma, mais cedo ou mais tarde, de proibir em Ouro Preto os fingimentos ‘coloniais’. A obsessão em manter congelado o aspecto colonial da cidade pelos profissionais do IPHAN, mesmo diante do seu crescimento, resultou na descaracterização e falsificação de rua paisagem urbana. Isto porque o órgão não tinha como fiscalizar todos os projetos enviados a ele devido aos seus poucos recursos financeiros e a carência de profissionais especializados. Um desses esforços de congelamento das características coloniais da cidade foi a remoldagem das fichas de alguns prédios tais como o Cine Vila Rica (estilo eclético). A copia das antigas construções coloniais visando a manutenção do estilo barroco da arquitetura da cidade torna-se, então, recorrente. Mas uma para evitar esse tipo de falseamento já havia sido proposta por Lucio Costa e Oscar Niemeyer através da construção do Grande Hotel, a partir de 1939. Para esse modernista, na medida em que o barroco colonial seria o verdadeiro passado da moderna arquitetura brasileira, haveria uma continuidade entre eles. Nesse sentido, os monumentos de Ouro Preto, segundo Lucio Costa, poderiam conviver, lado a lado, com construções modernas da chamada “boa arquitetura”. O resultado disto foi uma arquitetura sem personalidade cultural, pois se estas construções não eram do passado também não tinham as marcas culturais do presente. Para Lucio Costa, o Grande Hotel de Ouro Preto se encaixa na cidade como um telefone em cima de uma mesa do século XVIII. Um objeto moderno como um telefone não tem porque ter detalhes que pareça antigo, mesmo porque é um objeto novo e no século XVIII não havia telefone. Não há necessidade de ao se construir uma edificação hoje no centro de Ouro Preto em