administraçao
A síndrome é entendida como um conceito multidimensional que envolve três componentes:
1) Exaustão Emocional – situação em que os trabalhadores sentem que não podem dar mais de si mesmos a nível afetivo.
Percebem esgotada a energia e os recursos emocionais próprios, devido ao contato diário com os problemas.
2) Despersonalização – desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e de cinismo às pessoas destinatárias do trabalho (usuários / clientes) – endurecimento afetivo,
‘coisificação’ da relação.
3) Falta de envolvimento pessoal no trabalho – tendência de uma
‘evolução negativa’ no trabalho, afetando a habilidade para realização do trabalho e o atendimento, ou contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização. Apesar de um conceito relativamente novo (década de 70), em certo sentido o estudo do Burnout tem a idade da Psicologia. Por exemplo, Pavlov, no início do século, forçou cães a discriminar entre um círculo e uma elipse; depois, ao tornar paulatinamente a diferença cada vez menor, provocava uma ruptura no comportamento que acreditou tratar-se de uma ‘neurose experimental’. O cão, forçado a uma escolha e ao mesmo tempo impossibilitado de realizá-la seria um modelo para o desenvolvimento das neuroses humanas. Contemporaneamente, Freud desenvolvia a sua psicanálise, e com ela o conceito de frustração
(Versagung) “a satisfação efetiva do seu desejo que o sujeito recusa a si mesmo” (dicionário psicanálise 204, Laplanche). Assim, paradoxalmente, o sujeito adoece justamente no