administrador
ESTRATÉGICO DE ORGANIZAÇÕES
Roberto Lopes da Fonseca1
Normalmente os livros de administração preocupam-se em destacar a importância da análise do ambiente externo, quando da elaboração de um planejamento estratégico empresarial. Porém, na maioria dos casos, enfatizam principalmente a análise do ambiente operacional, ou da tarefa. Sem dúvida que a análise dos agentes sociais do ambiente operacional - concorrentes, clientes, instituições reguladoras e fornecedores - é de extrema importância. Entretanto, negligencia-se a análise do ambiente mais geral, no qual estão presentes agentes sociais que afetam a vida de bilhões de pessoas e milhões de organizações e que são protagonistas de uma trama econômica, política e social.
Neste artigo, apresentaremos alguns instrumentos que podem auxiliar os administradores e empreendedores na análise do ambiente mais geral, com vistas a traçar cenários futuros e identificar problemas e oportunidades que envolvam a organização. Embora seja um campo bastante amplo, com um grau de incerteza muito grande, é mister buscar traçar cenários e tendências futuras a partir da análise da conjuntura em que vivem, sobrevivem e agem as organizações. Trata-se da necessidade de analisar o ambiente externo no seu aspecto mais geral.
Numa sociedade formada essencialmente por organizações, torna-se fundamental a atenção que devemos dedicar à interdependência das organizações e sobretudo à ação empreendida por seus principais agentes. A economia, a política e o social, em seus aspectos mais gerais, respondem à lógica de interesses de organizações transnacionais e dos Estados dominantes no mundo. Neste cenário, o
Brasil, assim como suas organizações, tem cumprido o papel de dependência e subordinação a esta lógica internacional, o que cria dificuldades na perspectiva de constituição de uma nação soberana e de organizações autônomas econômica, política e tecnologicamente.