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Davel e Vergara (2001) apresentam no primeiro capítulo do livro Gestão com Pessoas e Subjetividade, os dilemas e tensões enfrentados pela gestão de pessoas no que diz respeito à importância de gerir equilibradamente a subjetividade e a objetividade das pessoas de uma organização.
O capítulo é estruturado em cinco partes: a introdução e mais quatro seções. Na introdução, os autores discutem sobre a relevância das qualidades humanas, como criatividade e inovação, além da capacidade de combinar emoção com razão, subjetividade com objetividade para o sucesso das organizações.
Na primeira seção, focaliza-se a questão da objetividade. Os autores mostram que a objetividade, normalmente atrelada ao “ter”, tem, historicamente, orientado a gestão de pessoas, não deixando muito espaço para que as questões subjetivas possam também contribuir e exercer seu papel. A gestão de pessoas tradicional conhecida como Administração de Recursos Humanos (ARH) da década de 70, fundamentada pela psicologia industrial e pelos modelos teóricos do behaviorismo e da psicologia organizacional, contribui para construção de uma visão racional, objetiva e normativa dos indivíduos nas organizações, privilegiando um tratamento às pessoas como recursos disponíveis para a produção de bens e serviços. Assim, sob a demasiada influência do modo “ter”, as pessoas são transformadas em objetos dos quais a organização dispõe, e suas relações tomam o caráter de propriedade.
Na segunda seção, Davel e Vergara (2001) apresentam as tensões geradas pela valorização excessiva das questões objetivas e a distância entre o discurso e a prática na gestão de pessoas, bem como a possibilidade de abertura para outras perspectivas além das privilegiadas pela objetividade.
Os autores criticam as contradições