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De uma vez por todas, deve ficar claro e compreendido que a ciência não tem e, a menos que mude a si mesma, jamais terá como objetivo prever qualquer coisa. O objetivo primordial de todo e qualquer campo científico é explicar e compreender fatos e fenômenos do mundo. A própria sistemática explicativa e compreensiva que a ciência exige de si mesmo e de seus praticantes impede a possibilidade de previsões. Para explicar um fato ou fenômeno, a ciência estuda o seu passado (dimensão diacrônica) ou faz um corte no tempo e analisa apenas o estágio atual (dimensão sincrônica). Assim, o máximo que a ciência pode falar é o que é e como foi. Assim, toda pretensão de dever ser, já extrapola o campo científico e adentra as dimensões de desejo ou de simples aventura e especulação preditivas.
Também deve ficar claro que é uma necessidade, um desejo, do homem de falar alguma coisa sobre o futuro. Isso não é pernicioso e não tem também qualquer característica negativa. O que não se pode, a partir da ignorância da maioria sobre as possibilidades da ciência, é imbutir nessas previsões premissas científicas. Quando se faz isso, dentre outras coisas está-se demonstrando praticamente a própria ignorância sobre a ciência, seus limites e suas possibilidades, além, naturalmente, da ignorância de seus próprios estatutos e formas de procedimento.
O futuro da