Adm é música
Sua empresa é uma orquestra?
Peter Drucker previu que as corporações do século 21 seriam como sinfônicas. Ele acertou. Uma visita aos bastidores da Osesp mostra, quase 20 anos depois, o vigor dessa alegoria por Fabio Altman
ENSAIO FOTOGRÁFICO MARCIO SCAVONE
Em 1988, Peter Drucker (1909-2005), o mais influente e reputado pensador do universo corporativo de nosso tempo, publicou um artigo na edição de janeiro e fevereiro da Harvard Business Review que logo se tornaria clássico. Tinha nove páginas e um título simples: O Advento da Nova Organização. Nele, pela primeira vez, Drucker comparava empresas a orquestras. O parágrafo inicial daquele texto, pela elegância e clareza, por fundar uma idéia, nunca mais deixou de ser reproduzido. Dizia o seguinte: "Dentro de 20 anos, a típica organização de grande porte - seja ela uma grande empresa ou um grande órgão público - não terá mais do que a metade dos níveis administrativos de sua equivalente hoje, e não mais de um terço do número de administradores. Em termos de sua estrutura, de seus problemas administrativos e das questões que lhe concernem, ela terá pouca semelhança com a típica empresa manufatureira dos anos 50 que os nossos livros ainda tomam como modelo. É muito mais provável que, ao contrário, ela se assemelhe a organizações a que hoje nem os gerentes profissionais nem os estudantes de administração dão muita atenção: o hospital, a universidade, a orquestra sinfônica. Pois, da mesma forma como essas organizações, a empresa - e cada vez mais os órgãos governamentais - será também fundamentada no conhecimento, também formada basicamente de especialistas que dirigem e disciplinam o seu próprio desempenho mediante um feedback organizado de seus colegas e clientes. Será, em suma, uma organização fundamentada na informação". A palavra "orquestra", utilizada como metáfora de empresa, aparecia apenas sete vezes no trabalho, sete poderosas vezes.
"Trata-se de autoridade consentida, e não de