Adeus ao proletariado
André Gorz“Quanto mais o trabalhador se desgasta trabalhando, tanto mais poderoso se torna o mundo objetivo, alheio que ele cria diante de si, tanto mais pobre se torna ele mesmo, e tanto menos pertence a si próprio.”
O autor, nesse ensaio, como o próprio denomina essa obra, trata do tema da liberdade do tempo e a abolição do trabalho.
O conceito trabalho do qual o autor trata da abolição é no sentido de como o entendemos no sistema atual, enfatiza que o trabalho desta forma nem sempre existiu, e o caracteriza em quatro tópicos:
“por conta de terceiros
Em troca de um salário
Segundos formas e horários fixados por aquele que paga
Visando fins que não são escolhidos por quem o executa.”O trabalho, hoje, não é o que se faz, mas o que se tem. É uma atividade que é apenas um meio de ganhar dinheiro, “não uma atividade em si mesma” e não uma liberdade. Podemos citar Marx: “O auge desta servidão é que somente como trabalhador é que ele (indivíduo) pode se manter como sujeito físico e apenas como sujeito físico ele é trabalhador.”E também “ O trabalho não produz somente mercadorias: ele produz a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e isto na medida em que produz, de fato, mercadorias em geral.”
Gorz, diferencia então, trabalho assalariado , que produz mercadoria e atividade autonômoma que produz objetos destinados à própria utilização, diferenciando valor de troca e valor de uso.
A existência pressupõe também sentido subjetivo, determinado pela materialidade, e o modo de produção capitalista mina o tempo, que determina o valor do que é produzido, e que juntamente com a força de trabalho é vendido pelo proletariado.
A abolição do trabalho é a liberação do tempo para que se possa fazer escolhas, de suas obras, seus objetivos, suas atividades, portanto, abolir o trabalho é permitir o desenvolvimento das atividades autônomas e suprimir progressivamente, o que segundo o autor jamais será total, a necessidade que hoje temos de