Adesão da venezuela ao mercosul
O Brasil rege as suas relações internacionais por determinados princípios presentes no artigo 4º da nossa Constituição. Em seu parágrafo único, é dito que a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Nesse contexto, o MERCOSUL foi criado com o objetivo de uma integralização dos países do cone sul, ou seja, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, buscando intercâmbio de mercadorias, tecnologias e de profissionais, maior do que vinha sendo praticado, e uma redução gradativa ou eliminação de tarifas cambiais. Isto é, seria mais um interesse econômico do que social ou cultural. Recentemente, o Paraguai foi suspenso do MERCOSUL, especulando certa ilegalidade no ato dos membros e uma tentativa do Brasil em facilitar a entrada da Venezuela, que dependia até então exclusivamente da votação do Senado Paraguaio para entrar no bloco, e esse processo já durava seis anos.
Não se pode negar que é vantajoso para o Brasil a entrada da Venezuela ao bloco, pois ela tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, motivo pelo qual torna o MERCOSUL economicamente mais robusto e também detentor de uma maior dimensão geopolítica, tornando-se a quinta maior economia do mundo em termos de PIB. Porém, a instabilidade do governo de Hugo Chávez é realmente preocupante devido à sua ideologia populista às avessas. O fato de nossa atual presidente ter afinidade com a ideologia da Venezuela mostra claramente que a intenção do Brasil está mais próxima para uma aliança política e ideológica do que necessariamente jurídica e econômica, porque nesse caso deveria ter refletido melhor sobre a entrada da Venezuela ao bloco e esperado resolver a suspensão do Paraguai para a, então, tomada de decisão.
Em suma, parece realmente que a entrada da Venezuela foi uma decisão política e não jurídica, buscando interesses próprios