Adaptação de O mulato
1º Cena: Ana Rosa e sua mãe em leito de morte.
(Mariana está sentada com uma manta em seu colo, e a filha ao lado com um lenço de quem chora.)
Mariana: Minha Filha, não consistas nunca que te casem sem que ames deveras o homem a ti destinado para marido. Não te cases no ar! Lembra-te que o casamento deve ser sempre a consequência de duas inclinações irresistíveis. A gente deve casar porque ama, e não ter de amar porque casou. Se fizeres isso o que te digo, serás feliz!
(Luzes se apagam)
(Colocar a mesa com as cadeiras, e se posicionar para próxima cena)
Narrador: E assim Mariana, a mãe de Ana Rosa, morreu.Era uma mulher muito virtuosa, deixou um legado de seis escravos a Nossa Senhora do Carmo, e um marido viúvo. O Manoel Pedro, mais conhecido por Manoel Pescada; que após a sua morte, chama a sogra D. Maria Barbara para dar amparo a sua filha que se fazia mulher.
(Acender as luzes)
2º Cena: Ana Rosa e seu Pai, Manoel Pescada, na varanda de casa.
Manoel: Então minha filha, não das sequer uma esperança?
Ana Rosa: Pode ser...
(O conego chega.)
Conego: Dá licença ?
Manoel: Vá entrando compadre!
Mas que milagre o trouxe a essas horas cá pra casa, seu compadre?
Conego: Um negocio que quero lhe comunicar, particular, um bocado particular.
(Ana Rosa pede licença então sai da varanda os deixando a sós)
Conego: Sabe quem esta a chegar por ai?
Manoel: Quem?
Conego: O Raimundo!
Manoel: Que Raimundo?
Conego: O mundico! O filho do José homem. Teu sobrinho! Aquela criança que teu mano teve da Domingas...
Manoel: Sim, sim, já sei, mas então...?
(O cônego fica aborrecido)
Conego: O menino mandou uma carta informando que só vem a fim de vender seus bens e voltar para morar no Rio.Até lhe digo mais... Nem precisava cá vir, porque... ninguém aqui lhe ignora a biografia; todos sabem de quem ele saiu!
Manoel: Mas afinal o que acha você compadre ?
Conego: O que diabo posso achar? A coisa está feita por si.
Narrador: Manoel decide