Adamastor sintese
INTRODUÇÃO
Adamastor (Canto V, estâncias 39 a 60)
O Adamastor é um dos episódios mais significativos da obra, pela inter-relação dos planos da narração e pela sua simbologia. Pertence ao plano da Viagem, pois os portugueses tiveram de ultrapassar muitos e grandiosos perigos – “aquele oculto e grande Cabo” .
Como figura mitológica, pertence ao plano mitológico, pois aparece nele alguma intervenção de divindades.
Como faz profecias dos acontecimentos futuros de Portugal, pertence também ao plano da História de Portugal.
Simbolicamente, este episódio representa os perigos do mar, que os portugueses enfrentaram e ultrapassaram, assemelhando-se, pela grandeza, ao próprio gigante. Este episódio, por isso mesmo, adquire uma dimensão épica.
O aparecimento e descrição do Adamastor – figura gigantesca que surge no mar numa atitude ameaçadora - deixa os marinheiros completamente paralisados, pois “Arrepiam-se as carnes e o cabelo, / A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!”(est. 49, vv. 7 e 8).
O discurso do Adamastor divide-se em duas partes: na primeira parte profetiza toda a espécie de males na passagem do Cabo, embora elogiando primeiramente os Portugueses; na segunda parte mostra a fraqueza psicológica de um herói enganado – frustração amorosa. A história do Adamastor: um dos filhos do Céu e da Terra; confrontou-se com Júpiter e Neptuno; apaixona-se por Tétis, filha de Nereu e Dóris; Dóris promete interceder, dadas as ameaças de Adamastor em conquistar Tétis pelas armas; Tétis aparece e surge a decepção do gigante quando se vê abraçado a um rochedo, pensando que abraçava a amada; transformação de Adamastor em penedo como castigo de Júpiter que venceu os gigantes.
Como conclusão, na estrofe 60, o Adamastor desaparece, chorando, emocionado com a sua triste sorte.
DESENVOLVIMENTO DA ANÁLISE ESTRÓFICA
37 A viagem é rápida e próspera por mares nunca antes navegados; já estão hà cinco dias no mar; o clima estava a