Adam Smith
4.1 Os fisiocratas: Tableau économique de François Quesnay
No caso da França, a superação definitiva da visão mercantilista que atribuía ao cqmércio o papel de geração das riquezas se deu pelos trabalhos dos fisiocratas. Além da influência que exerceram sobre Adam Smith, no conjunto, a análise dos fisiocratas constitui o que pode ser chamada a primeira escola do pensamento econômico.
As duas obras mais significativas da Escola Fisiocrata são Analyse du tableau économique, de François Quesnay, de 1758, e Rejlexions sur laformation distribuition e la
des richesses, de Anne Robert Jacques Turgot, de 1766.
4.1.1 Os princípios da fisiocracia
Seguindo de perto o itinerário da análise de Petty sobre a renda da terra, ado taram a concepção segundo a qual só o trabalho produtivo é capaz de gerar um produit net, isto é, um produto líquido, e reconheceram, ainda seguindo
Petty, que só a agricultura tem a propriedade de gerar tal excedente. Nessa perspectiva, os trabalhadores que atuam na agricultura compõem a "classe produtiva" e os demais, que se dedicam ao comércio e às manufaturas (trabalho improdutivo), constituem as "classes estéreis".
A vinculação que os fisiocratas estabeleciam entre agricultura e geração de excedente decorria, em primeiro lugar, de uma concepção da riqueza segundo uma perspectiva estritamente quantitativa, isto é, concebiam a criação da riqueza como uma multiplicação física dos bens de consumo, fenômeno que só ocorre na agricultura, pois nos demais setores, segundo argumentavam, matérias-primas preexistentes eram apenas transformadas em bens de consumo.
Em segundo lugar, na agricultura pode-se observar da forma mais simples e direta que o produto obtido por um trabalhador rural ao longo de um ano, em condições de produtividade média, supera de maneira significativa as necessidades de consumo e de reprodução desse trabalhador, restando um excedente
que