Adam Smith e a Divisão do Trabalho
Uma perspectiva histórica sobre a Riqueza das Nações
João Luiz Chaves
“O trabalho é a gênese de grande parte da miséria do mundo, é a causa de muito mal que acontece. Somos obrigados a viver sob o seu designo. Para acabar com o sofrimento, temos que parar de trabalhar. […] Trabalhadores de todo o mundo, descansem!”
Bob Black, em A Abolição do Trabalho.
Fortaleza – CE
2010
Adam Smith e a divisão do trabalho:
Uma perspectiva histórica sob a Riqueza das Nações
João Luiz Chaves
Resumo: Em sua obra mais famosa, A Riqueza das Nações, Smith põe todo o seu pensamento com relação à economia vigente, interpretando de maneira única e inovadora as relações conflitantes do complexo mercado econômico. Suas ideias forneceram aos economistas uma nova perspectiva econômica, mais adequada ao contexto histórico-social na qual estava inserida a Europa do século XVIII. O mundo idealizado por Smith no século XVIII não se fez presente. Em verdade, o progresso de fato surgiu, mas não da maneira idealizada por ele. Porém suas ideias muito influenciaram os economistas que se seguiram e até hoje ainda influencia correntes econômicas, como por exemplo, os neoliberais.
Palavras-Chave: Trabalho; Divisão; Sociedade; Organização.
Introdução Adam Smith viveu no século XVIII, conhecido com Século das Luzes, e, ao lado de outros iluministas, defendeu a liberdade e criticou a divisão da sociedade. Atacou os fisiocratas, enfatizou que só haveria aumento da produção por meio da divisão do trabalho e criticou as restrições governamentais que impediam a expansão industrial. No lançamento de A Riqueza das Nações, a elite europeia o reverenciou pelas inovações apresentadas e com a Revolução Francesa em 1798, suas ideias de igualdade entre pobres e ricos foram dissipadas. As ideias liberais também foram bem aceitas pela burguesia que emergia com grande força