AD 1 DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Atualmente, a criança é um sujeito que tem espaço na sociedade, um indivíduo exigente, questionador, possuidor de mercado consumidor, leis que garantem seus direitos, educação diferenciada, programas televisivos e ciências dedicadas a elas. Mas nem sempre isso foi assim. A concepção de infância é bastante moderna.
A infância na Idade Média
Não existia a infância, no período que compreende a Antiguidade até a Idade Média. Isso significa dizer que o que não havia era o sentimento de infância que configura uma das etapas da vida. Crianças existiam é claro, porém elas não eram consideradas como um ser social e cultural, portanto ela não contava Segundo Philippe Ariès:
(...) o sentimento da infância não existia - o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia.
Na Idade Média não havia separação clara entre o que seria adequado para crianças e o que seria específico da vivência dos adultos. As crianças eram vistas como um adulto em miniatura e socialmente eram tratadas iguais aos adultos. Era um período breve da vida, pois logo se misturavam aos mais velhos, participando de todos os assuntos da sociedade e adquirindo o conhecimento pela convivência social. Como afirma Gildo Volpato:
Adultos, jovens e crianças se misturavam em toda atividade social, ou seja, nos divertimentos, no exercício das profissões e tarefas diárias, no domínio das armas, nas festas, cultos e rituais. O cerimonial dessas celebrações não fazia muita questão em distinguir claramente as crianças dos jovens e estes dos adultos. Até porque esses grupos sociais estavam pouco claros em suas diferenciações. (Volpato, 2002)
Nesse período a socialização, educação, e a transmissão de valores,