Acordos Diplomaticos Historia de Africa
Como nos grandes romances, Portugal e Angola vivem uma relação conturbada que só a história pode explicar. Daquilo que parecem não restar dúvidas - basta olhar para a balança comercial -, é que os dois países têm mais a lucrar unidos do que de costas voltadas. Por que não há condições para parceria estratégica, atingiu Portugal com preocupação.
Existem mais de 300 sociedades anónimas portuguesas em Angola, concentradas sobretudo em Luanda, e outros tantos pequenos negócios. Há 117 512 portugueses inscritos nos serviços consulares portugueses naquele país, de acordo com dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas calcula-se que haja entre 150 e 200 mil portugueses emigrados em Angola.
Os ciclos migratórios entre os dois países inverteram-se nos últimos quatro anos e hoje há pouco mais de 30 mil cidadãos angolanos registados em Portugal. Quanto ao número de empresas, apenas 11 sociedades portuguesas tinham o seu capital social detido em mais de 50% acionistas angolanas, segundo dados do INE - Instituto Nacional de Estatísitica relativos a 2011.
Aqui, é preciso notar que nos dois últimos anos os investidores angolanos têm vindo a aumentar a sua presença no país através de diversas empresas ligadas a diferentes sectores de atividade, das telecomunicações à banca, passando pela energia.
Para dar uma ideia, e apenas no universo das empresas cotadas (onde as participações são todas inferiores aos referidos 50%), os angolanos têm 15% da Galp (1,510 mil milhões - Esperança), 29% da Zon (306 mil milhões - Isabel dos Santos), 19,44% do BCP 425 mil milhões de euros - Sonangol), 19,5% do BPI (324 mil milhões - Isabel dos Santos), 15% da Cofina (8 mil milhões - Newshold) e 1% da Impresa (7 mil milhões - Newshold).
Se olharmos para o investimento directo (ID), os números revelam que Portugal gastou em Angola o dobro do que Angola investiu em Portugal nos sete primeiros meses de 2013. E é aqui que