Acordo de Alvor
Desenvolvo o meu trabalho dizendo que O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola, (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em Janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a conquista da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos, que a 15 de Janeiro de 1975 era ministro da Coordenação Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa soube que "aquilo não resultaria".
O acordo "previa a eleição de uma assembleia política disputada por três partidos, que tinham por detrás três exércitos e três países cheios de ambições económicas, materiais", afirma o deputado, para justificar a sua certeza de que a solução era inexequível.
Além das disputas internas, estava em causa o apoio aos movimentos de três potências mundiais, em plena guerra-fria - o MLPA era apoiado pela URSS, a UNITA pela África do Sul e, num plano de fundo a própria China, e a FNLA pelos Estados Unidos, "não apenas politicamente, mas com dinheiro, material e formação".
"Era um tabuleiro em que as grandes potências jogavam o xadrez ligado ao petróleo e aos diamantes", afirma Almeida Santos, que na altura propôs ao "amigo" Agostinho Neto, colega dos tempos de Coimbra, uma reunião com os líderes dos três movimentos "à margem" da cimeira de seis dias, que decorreu no Hotel Penina, em Alvor.
O encontro prolongou-se pela madrugada e Almeida Santos transmitiu a sua oposição à solução encontrada: "Com este esquema vocês vão continuar aos tiros".
"Com um órgão de cúpula em que havia uma representação dos três movimentos, ou seja dos três exércitos, que decisões é que eles iriam conseguir tomar? Como era possível conseguir uma