acordo de alvor
Pg.251/260. Os representantes de Portugal na Cormissão Nacional de Defesa sentiam-se dia a dia mais frustrados por constatarem que todas as deliberações ali tomadas não passavam de meros exercícios, de retórica a extinguirem-se nas actas das reuniões. O Alto-Comissário com os ministros e secretários de Estado do Governo de Transição.
(Foto Jornal A Província de Angola, 1-02-1975)
Os próprios membros do Colégio Presidencial que participavam nas múltiplas sessões de trabalho daquele órgão, embora passassem parte do tempo a recriminar-se mutuamente ou, com menor frequência, a acusar os militares portugueses (tão só e apenas por não serem coniventes nos interesses locais de um qualquer Movimento), confirmavam abertamente as generalizadas atitudes de desrespeito das deliberações da CND por parte de militantes ou combatentes dos seus Movimentos, "muitas vezes resultantes de actuações irreflectidas das bases", e reconheciam a crise de autoridade que grassava por todo o território, inclusive nas suas próprias estruturas de comando e de direcção.
Por outro lado, questões de manifesta importância como o levantamento das Forças Militares Mistas ou a designação de pessoal para a guarda dos estabelecimentos prisionais eram sucessivamente adiadas, estimando-se que a razão principal que lhes estava subjacente decorria da abissal diferença de pontos de vista entre a CND, para quem tais propósitos eram essenciais, e as direcções políticas dos Movimentos cujas prioridades nada tinham a ver com as decorrências do Acordo do Alvor.
A preocupação maior destas últimas era, indubitavelmente, o reforço das