Aconselhamento Cristão ou Aconselhamento Psicológico?
Apresentado aos alunos do Centro de Formação Pastoral do Amapá
1. QUESTÃO PRELIMINAR
Esta é a primeira questão que desejo considerar: o que estudaremos será aconselhamento pastoral ou aconselhamento bíblico? Muitos pastores têm se travestido de psicólogos e, nesta disciplina, muitos seminários têm se preocupado mais com aconselhamento psicológico que pastoral. Freud, Adler, Mortimer, Jung, Erickson e outros têm tomado o espaço da Bíblia. Pessoalmente, vi um professor da disciplina ironizar a Bíblia, quando depreciava seu ensino para formação do caráter e para resolução dos problemas emocionais das pessoas. Para ele, a área espiritual nada tinha a ver com a emocional e psicológica. A Bíblia podia ser usada para outras coisas, mas para o aconselhamento, ele, particularmente, “usava a ciência”. E segundo ele, este era o erro de muitos pastores “fundamentalistas”, o de prenderem-se à Bíblia e aos princípios e valores cristãos. Só a “ciência” podia ajudar as pessoas. Contraditoriamente, este professor era pastor, e aos domingos pregava sobre a autoridade e a suficiência das Escrituras, do púlpito que ocupava. Parece que tanto a autoridade quanto a suficiência eram parciais. Ou sua teologia era esquizofrênica.
Somos líderes cristãos, alguns de nós somos pastores e outros entre nós almejam serem pastores. Como pastores e líderes, temos que aconselhar as pessoas. Precisamos ser psicólogos para aconselhar o povo de Deus? Antes do surgimento da Psicologia, como se dava o aconselhamento? Não havia? Como a igreja fazia? Ela sempre errou?
Aconselhar não é algo restrito a psicólogos (se é que psicólogos aconselham). Pais aconselham, amigos aconselham, mulheres aconselham seus maridos (e bem-aventurados os que têm uma mulher sábia, e mais bem-aventurados quando prestam atenção aos conselhos dela!) e pastores aconselham. Nosso texto básico é a Bíblia e o seu ensino é a nossa linha de orientação. Ela não é “anticiência” nem