Acidose respiratória e Alcalose
As acidoses de causa respiratória são decorrentes do aumento da PaCO².Toda acidose respiratória tem como mecanismo a hipoventilação pulmonar, resultando na retenção, em maior ou menor grau, de CO²,que reage com H2O, resultando na liberação de H+. A acidose respiratória primária é definida por uma PaCO² > 45 mmHg, independentemente do pH. Esses distúrbios podem ser classificados como agudos ou crônicos (em períodos superiores ou inferiores a 24 horas, respectivamente). A retenção de CO² cursa com acidose, a qual gera estímulo para um mecanismo compensatório renal por meio da retenção de bicarbonato. A compensação renal começa em 12 a 24 horas e só é concluída em cerca de cinco dias.
Na acidose respiratória aguda, existe uma elevação compensatória imediata do HCO³(em virtude de mecanismos de tamponeamento celular), que aumenta 1mEq/L para cada aumento de 10 mmHg da PaCO². Nos distúrbios crônicos, por causa da adaptação renal, o aumento de 10 mmHg da PaCO². O HCO³ não costuma ultrapassar 38 mEq/L. A acidose respiratória aguda, em geral, é decorrente de uma doença pulmonar grave, que já levou à fadiga quase completa da musculatura respiratória, ou à obstrução grave das vias aéreas por corpo estranho, edema de glote, secreção, entre outros. O grupo das acidoses respiratórias crônicas tem como principal representante o paciente retentor crônico de CO² com DPOC. Os pacientes pertencentes a esse grupo caracteristicamente apresentam níveis altos de PaCO² e níveis aumentados de HCO³-. Estados avançados de doenças restritivas, intra ou extrapulmonares, também podem surgir com acidose respiratória crônica, pela fadiga respiratória e hipoventilação.
As causas de acidose respiratória ( Tabela 1.7) podem ser divididas, de acordo com a origem da causa da hipoventilação, em:
central: depressão do centro respiratório, lesão ou doença cerebral; vias respiratórias: obstrução e doenças obstrutivas das vias aéreas; parênquima: doença do parênquima