acidentes domesticos
Dr. Dario Birolini, médico e professor titular de Cirurgia do Trauma na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atua no pronto-socorro do Hospital das Clínicas (SP) e é diretor clínico do Hospital Sírio-Libanês (SP).
A+a-
Imprimir
Parte substancial dos traumatismos ocorre dentro de casa. A pessoa encosta o braço na frigideira quente ou no ferro de passar, joga carne na panela, a gordura pula e atinge a mão de quem está cozinhando. Nesses casos, em geral, as lesões são pequenas e saram sozinhas. No entanto, queimaduras mais extensas e graves também acontecem e são comuns em crianças que se aproximam do fogão, tocam nos cabos das panelas e viram o conteúdo – leite, molho, água fervendo – sobre o próprio corpo.
Lesões com sangramento provocadas por objetos afiados e quedas também ocorrem com certa frequência dentro de casa e, não raro, notícias sobre mordeduras de cachorro e afogamentos ocupam espaço no noticiário da imprensa.
Prevenir esses acidentes deve ser preocupação de todos nós a todo momento. Muitos deles seriam evitados com medidas simples e um pouco mais de atenção.
DEFINIÇÃO E FREQUÊNCIA
Drauzio – Como pode ser definido o acidente doméstico?
Dario Birolini – Gostaria de começar minha resposta questionando o emprego da palavra acidente nesse contexto. Acidente implica a ideia de fatalidade, de alguma coisa inevitável. No entanto, na imensa maioria das vezes, tanto os acidentes ditos domésticos como os que ocorrem fora de casa não têm nada de acidental. São provenientes de situações que poderiam ter sido evitadas. Por isso, melhor seria usar o termo genérico — trauma –, ou específico – queimadura, queda, afogamento – e esquecer a palavra acidente nesses casos.
Drauzio – Quais seriam, então, os traumas domésticos mais frequentes?
Dario Birolini – Embora não possua números definidos a respeito, com certeza, os traumas domésticos variam de acordo com a faixa etária. As causas mais comuns e mais graves são sufocação