Acidentes de transitos
I - INTRODUÇÃO
O tema é de tal abrangência, que corremos o risco de permanecer em nível de generalidade prejudicial à formulação de recomendações práticas, caso focalizemos todo universo de pessoas que se relacionam no trânsito: pedestres, motoristas e passageiros de veículos automotores, assim como, motociclistas e ciclistas, e seus eventuais passageiros. Pouco sabemos sobre essas duas últimas categorias, constituídas de jovens, que hoje correm elevado risco de acidente em nossas cidades.
Como Presidente da Associação Brasileira de Pedestres- ABRASPE, falaremos um pouco sobre os que andam a pé, particularmente das crianças e dos idosos. Na qualidade de repetidores do que lemos, principalmente sobre estudos e pesquisas feitos no exterior, e de atentos observadores de nossa realidade, esperamos identificar problemas e formas mais humanas de conviver com eles.
Mais do que isso, entendemos que nossa missão aqui é a de despertar em seus corações o desejo de mudar seus próprios comportamentos, tornando-os co-responsáveis pelo processo de humanização de nossos espaços públicos, a começar nesta bela cidade de Recife.
II - O ACIDENTE DE TRÂNSITO
Se não considerarmos os casos mórbidos de tendências suicidas ou homicidas, conscientes ou inconscientes, podemos afirmar que o acidente de trânsito é um resultado indesejável de solução de conflito no uso do espaço público.
Em nosso País, eles chegam a cifra de 1 milhão por ano, em que se ferem 350.000 pessoas e outras 50.000 morrem. Os pedestres constituem uma parcela significativa desses mortos, representando, aproximadamente, entre 40 a 50%. Essas cifras devem estar mais próximas da realidade, mas não correspondem, ainda, a um criterioso levantamento de dados. Basta lembrar que, até recentemente, os dados oficiais indicavam, aproximadamente, 20.000 mortes por ano em acidentes de trânsito, das quais 9.000 seriam pedestres, ou sejam, 45%
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