Acidente zero

1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o Brasil passou por mudanças econômicas significativas e importantes que afetaram decisivamente o processo do movimento migratório e o mercado de trabalho. Observando-se de um modo, os fluxos migratórios podem ser vistos como o resultado do processo de desconcentração industrial que interessou o País. No caso do estado mais rico do país, São Paulo, pode-se exemplificar a participação da indústria de transformação nacional que passou de 58,1% nos anos 1970 para 51,9% em 1985. Neste mesmo período, a região metropolitana deste estado viu cair sua participação de 43,4% para 29,4%, enquanto o interior passou de 14,7% para 22,5% (Pacheco, 1998). O desenvolvimento de vários importantes pólos industriais na grande São Paulo, principalmente na região de Campinas, indicava, desde a década de 1980, a “expansão dos espaços de migração”. Esta tendência continuou nos anos seguintes.
Os fluxos migratórios, de outro lado, são explicados pela Teoria Econômica que convoca a Teoria do Capital Humano. Assim indica-se que a decisão de migrar ou não é o resultado da comparação / diferença entre o valor das remunerações que seriam recebidas no atual local onde se vive e o valor presente das remunerações possíveis no lugar onde seria migrado. Para que se entenda mais claramente a migração é mais acessível e inevitável quando o trabalhador tem mais chances de recuperar os seus investimentos em capital humano. Por isso, a maior migração é mais provável é a das regiões mais pobres do país como a nordeste para as mais ricas como a sudeste, com base no diferencial de salário, benefícios de emprego e melhor expectativa de vida.
A questão da lei da oferta e da procura tão entendida em relação a preços de produtos também é muito importante no processo migratório, pois influência diretamente o mercado de trabalho, é comum observar-se pólos onde são alteradas as faixas salariais aplicados em decorrência de farta ou rara mão de obra disponível, isto decorre por