Acidente vascular cerebral (avc)
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das doenças mais freqüentes em serviços de emergência (UE) e na maioria das vezes o primeiro atendimento não é do neurologista. Por isso é importante o conhecimento básico da fisiopatologia e do quadro clínico para se estabelecer condutas rápidas e adequadas. Até o momento, existem dúvidas e controvérsias sobre o assunto, principalmente em relação às condutas.
Ele se caracteriza pela instalação de um déficit neurológico focal, repentino e não convulsivo determinado por uma lesão cerebral, secundária a um mecanismo vascular e não traumático. Podemos encontrar, consequentemente, AVEs secundários a embolia arterial e processos de trombose arterial e/ou venosa, causando, assim, isquemia e/ou hemorragia cerebral.
O AVE é a primeira causa de incapacitação funcional no mundo ocidental, devido às seqüelas e déficits neurológicos que ocasiona ao paciente, sendo uma das seqüelas mais importantes em decorrência da doença, aliado à diminuição da função cognitiva, indicando influência negativa na recuperação.
O impacto do AVC na sociedade tem sido crescente pelo aumento da sua prevalência na população, devido à maior sobrevivência e aumento da população idosa (DGS, 2001) e incapacidade que provoca. Estima-se que a sua incidência seja de 1 a 2 por 1.000 habitantes por ano, e que após AVC, cerca de 70% dos utentes (60 000 indivíduos) apresente incapacidade, dos quais 24% com nível de incapacidade muito grave, com base no Índice de Barthel (DGS, 2001), com grande impacto nos vários domínios relativos ao utente.
2 Tipos de AVC
2.1 AVC Isquêmico
Os neurônios são muito sensíveis a alterações no fluxo sangüíneo cerebral. As células cerebrais morrem alguns minutos após a interrupção completa do fluxo sangüíneo. Entretanto, apesar de ocorrer uma oclusão completa de um vaso cerebral durante um AVC isquêmico agudo, persiste algum grau de perfusão, mesmo no centro da região cerebral isquêmica,