Acessibilidade e inclusão
Desenvolvimento Sustentável [*]
Maurício de Carvalho Amazonas[*]*
1. Introdução
A partir do final dos anos 60, a crítica ambientalista ao padrão de desenvolvimento sócio-econômico em marcha, que até então mantinha-se nos marcos da esfera científica, adquire uma dimensão social e política de expressão crescente, conformando-se assim a temática que passou a ser denominada Questão Ambiental. Diversos trabalhos e eventos marcaram este momento. Destaca-se a posição do Clube de Roma, expressa no Relatório Meadows (1972), que aponta para os limites do crescimento econômico, dados pela finitude dos recursos naturais e levanta assim a tese do "crescimento zero". Com a Reunião de Estocolmo de 1972, polarizam-se tais posições neomathusianas com a posição de "direito ao crescimento", defendida pelos países do Terceiro Mundo. Como alternativa a tal polarização, é cunhado na reunião o conceito de Ecodesenvolvimento, segundo o qual é não apenas possível como necessário que o desenvolvimento econômico dê-se compativelmente à preservação do meio-ambiente. O conceito de Desenvolvimento Sustentável, lançado em 1979 também em Estocolmo, ganha seu impulso decisivo em 1987 com o Relatório Brundtland, Our Common Future, apontando que o desenvolvimento econômico, para que seja efetivo, deve dar-se sobre o tripé Eficiência Econômica - Ecologia - Equidade, ou seja, não apenas o crescimento deve ser compatível à proteção ambiental, como também não é possível que este se dê “em um só país” e desconsidere as fortes assimetrias internacionais. Desenvolvimento Sustentável (DS) a partir de então passa a ser idéia central entre os formuladores e gestores de políticas, entre os movimentos ambientalistas e entre os meios científicos e acadêmicos. Definir-se a rigor o que é Sustentabilidade e os meios operacionais para atingí-la, tornou-se assim uma importante tarefa.
Em meio ao caldeirão do debate da Questão Ambiental, é de enorme importância a formulação