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Por ser um melodrama, é esperado que o romance apele para as emoções do público, partindo da identificação com os personagens. Mas ao contrário dos típicos “filmes para chorar”, que inventam sucessivos conflitos para tornar a história mais lacrimosa, este projeto anuncia desde o começo a único (e imenso) problema dos protagonistas: o câncer. Todos os conflitos serão decorrentes desta doença, sem tornar o calvário da dupla maior do que o necessário apenas para despertar o choro. Por isso, o projeto parece bastante honesto, e menos manipulador do que a grande maioria das obras do gênero. O tom do filme é permeado pela autoparódia como mecanismo de defesa. Hazel (Shailene Woodley) e Gus (Ansel Elgort) brincam com frequência com o fato de ter perdido uma perna, no caso dele, e de ter uma fraca capacidade pulmonar, no caso dela. A comicidade deste projeto é equivalente àquela que tanto agradou os espectadores emIntocáveis, por exemplo, no qual as brincadeiras com a doença e a deficiência eram vistas como uma postura louvável, ao invés das tradicionais autopiedade e vitimização. Hazel e Gus são dois personagens fortes, maduros para a idade que têm, e repletos de perguntas profundas sobre a morte, a vida e o legado que deixarão para seus próximos. Não é nada fácil abordar esses temas com leveza, mas esta obra consegue ser um inesperado feel good movie. Como adaptação, o filme também merece aplausos. Vale lembrar que esta resenha foi escrita sem leitura prévia do