acao de anticoncepcionais
Nelson Soucasaux
( Dezembro 2002 )
Inicialmente eu gostaria de dizer que, com base nos meus 28 anos de prática ginecológica, o melhor de todos os métodos contraceptivos disponíveis continua a ser a velha "pílula" - ou seja, os anticoncepcionais hormonais orais. E, de acordo com o meu ponto de vista, esta observação acerca dos contraceptivos orais se fundamenta na sua relação benefício/risco altamente positiva e, obviamente, na alta eficácia do método. Estes produtos vêm sendo usados há cerca de 40 anos e constituem um dos grupos de medicamentos mais estudados e pesquisados até hoje. O fato é que, para a maioria das mulheres, a segurança e a tranqüilidade contraceptiva proporcionada pelos anticoncepcionais hormonais orais de longe suplanta os raros e ocasionais riscos e problemas que eventualmente podem ocorrer. Devemos também ter em mente que, ao longo das últimas décadas, as doses hormonais contidas nestes medicamentos têm sido consideravelmente reduzidas, assim como novos hormônios sintéticos, melhor tolerados e com menos efeitos colaterais, têm sido desenvolvidos e utilizados nos produtos mais recentes. Desta forma, a "pílula" tem sempre estado em constante evolução e aperfeiçoamento.
Vejamos, por exemplo, a redução nas doses estrogênicas dos contraceptivos orais que tem sido efetuada nas últimas três décadas. Até 1974, a dose usual de etinilestradiol contida em cada comprimido era de 0,05mg - considerada excessiva de acordo com os desejados padrões de segurança no que se refere a alguns importantes efeitos colaterais, ainda que felizmente raros. Entretanto, neste mesmo ano já foi possível reduzir-se com sucesso a ingestão diária de etinilestradiol para 0,03mg, preservando a mesma eficácia com excelente tolerabilidade e consideravelmente menos efeitos colaterais. Recentemente uma nova geração de contraceptivos orais foi desenvolvida, na qual a ingestão diária de