Academia Goiana de Letras
A Academia Goiana de Letras teve início no ano de 1904, em Vila Boa, antiga capital do Estado, instalada com o nome de Academia de Letras de Goiás, no dia 12 de outubro, no Salão de Festas do Palácio Conde dos Arcos, com a presença do governador do Estado, José Xavier de Almeida, autoridades e sociedade vilaboense.
Tudo aconteceu de maneira inusitada, pois, Goiás, o Estado da Federação em que pulsa o coração do País, bem no Brasil Central, era uma região mergulhada na economia agropastoril, com uma população da capital que se aproximava de 14 mil habitantes dotada de poucas preocupações em congregar o espírito intelectual; tendo como base, no seio de uma sociedade machista, o mando autoritário do coronelismo da época.
Em razão da contramarcha do tempo, as instituições culturais eram vistas com indiferença e, muitas vezes, com hostilidade em determinados setores da sociedade local.
Mesmo sendo uma região de parcos recursos, já existia na antiga Vila Boa, um congraçamento familiar de encontros com amigos e interessados em melhorar o conhecimento intelectual, em reuniões particulares nos lares vilaboenses, para discutir sobre literatura, música, teatro e outros setores culturais. Eram também comuns, naquela época, as cantigas das modinhas e os decantados saraus que duravam horas de alegria e boa convivência.
Com a criação da Academia Brasileira de Letras, em 1896, pelo jornalista Lúcio de Mendonça e abraçada com entusiasmo por Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Olavo Bilac, Visconde de Taunay e outros imortais, oito anos depois, foi criada a Academia de Letras de Goiás, congregando uma plêiade de jovens sonhadores que funda a primeira Academia de que se tem notícia nos arquivos e na memória do nosso Estado.
Contrariando o princípio acadêmico francês e o da Casa de Machado de Assis, Rio de Janeiro, composta de 40 cadeiras, a Academia de Letras de Goiás iniciou-se apenas com 12 lugares, com patronos que deixaram seus nomes ligados à