Abálise mercadológica
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04/06/2011Classe média: eles querem (e compram) o luxo
Integrantes das classe B e C, com poder aquisitivo em alta, multiplicam as vendas das empresas de luxo no Brasil
Carolina Guerra, de
Thiago Pereira tem 25 anos e trabalha como porteiro em um prédio comercial do Ipiranga, bairro de classe média em São Paulo. Quando sai às compras, faz questão de fugir das marcas mais populares. Armani Exchange, Sergio K e Colcci, para roupas, e Nike e Puma para tênis estão entre suas preferidas. Outra exigência pessoal é comprar só produtos originais. O salário, na faixa de mil a dois mil reais, parece não ser impeditivo. “Camelô nunca! Compro só produtos de qualidade, que podem até ser mais caros, mas duram a vida inteira”, conta. Sua última ida ao shopping contabilizou 1,3 mil reais em vestuário e outras coisinhas mais. Tal como Thiago, há milhares de outros integrantes da classe média que se tornaram consumidores de produtos que antes eram privilégio apenas dos mais abastados. A transformação dos hábitos de compra no país guarda relação direta com o fenômeno da ascensão social. Segundo informações da consultoria Data Popular, especializada em mercados populares, as classes mais altas representam hoje 16% da população brasileira, enquanto a classe média – que tem renda domiciliar mensal entre 1.015 e 3.384 reais – já responde por mais da metade.Somente este segmento da sociedade, também chamada de classe C, cresceu 10% entre 2002 e 2010. Junto com a elevação do poder aquisitivo, veio o desejo de consumir mais e melhor. É importante lembrar também que, no topo da pirâmide, existem famílias com perfis muito diferenciados e a maioria de seus integrantes pertence à classe B, com renda domiciliar de 3.385 a 6.787 reais ao mês.
Muitos deles são egressos da própria classe C e ajudam a compor o novo público consumidor do luxo. “A classe média tem um potencial de compra gigantesco. E a tendência é só aumentar”, diz Renato Meirelles, diretor da Data Popular. Prova de que o