abuso sexual
Ana Helena Seixas[1]
Psicóloga e psicoterapeuta.
Incidência e definições
A violência na adolescência e juventude, mais especificamente a violência sexual, é um tema de grande relevância na atualidade. Não somente no Brasil, mas mundialmente tem-se presenciado o aumento da violência nos centros urbanos. Após a Aids, a violência vem-se tornando a epidemia do momento; ganhando cada vez mais destaque na mídia mundial; transformando-se na ocorrência mórbida de maior prevalência na adolescência.
Para as organizações internacionais de saúde, na última década, a violência deixou de ser tão somente um fenômeno social, para ser vista como um problema de saúde pública. Essa posição fica clara no livro La Violencia Juvenil en las Américas: Estudios innovadores de investigación, diagnóstico y prevención, produzido pela OPAS (Organização Pan-americana de Saúde), que afirma que a violência é uma das maiores ameaças à saúde e à segurança pública nas Américas - na adolescência e juventude (McAlister, 1998). Assim, a violência passa a ser vista como um problema social da ordem do patológico; que necessita de intervenções curativa e profilática.
Embora não se tenha estimativas precisas sobre a incidência dessa ocorrência mórbida no Brasil, pois é um assunto ainda tabu em nossa sociedade e os levantamentos estatísticos são poucos e limitados, a partir de dados coletados em outros países, pode-se inferir que a incidência de casos de violência sexual está longe de ser insignificante aqui também. Cohen (1993) citou uma “... pesquisa realizada nos Estados Unidos, em 1965, com mil estudantes. Verificou-se que 25% deles tinham tido relações sexuais com um adulto antes dos 13 anos, mas somente 6% deles as haviam denunciado”. (Ferracuti, F., vol.8, p. 52). Esses dados alertam para um sério problema: o baixo número de denúncias, que determinam rebaixamento da estatística relativa ao assunto.
Ainda segundo Cohen (1993), “Robert Barry, em