Abuso De Drogas No Idoso
Luis André Castro
Ronaldo Laranjeira
UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas), Departamento de Psiquiatria, Escola Paulista de
Medicina, Universidade Federal de São Paulo
A. Introdução.
Nos dias atuais, as pessoas idosas são um grupo etário que mais cresce na população geral. Portanto, a prevalência de distúrbios psiquiátricos entre os idosos (entre os quais, os transtornos depressivos , os transtornos demenciais e o abuso de álcool e drogas) será proporcionalmente maior, de acordo com a longevidade da população. Os idosos acima de 75 anos é o grupo etário, que apresentará maior crescimento nos próximos anos. Portanto, é essencial instituir medidas preventivas com vista a evitar-se as seqüelas dos transtornos mentais associados ao envelhecimento.
Nos idosos o abuso de drogas é a terceira principal condição psiquiátrica, além da depressão e demência (1), apesar de ser uma área comumente negligenciada pelas revisões de literatura. Além disso, a maioria dos artigos científicos que abordam esse assunto, concentram-se na faixa etária entre os 55 a 75 anos.
Contudo, a prevalência do abuso de álcool e drogas nos idosos é mais baixa do que a dos indivíduos mais jovens. Vários fatores contribuem para esta constatação, entre as quais: 1) a probabilidade de um sujeito jovem, que abusa de álcool e drogas chegar na terceira idade é menor; 2) a probabilidade de alguém começar abusar de álcool e drogas numa idade mais avançada tambem é menor e as taxas de recuperação entre os idosos, que fazem uso abusivo dessas drogas são maiores, devido aos problemas médicos causados pelas substâncias psicoativas. Nesse capítulo será abordado principalmente os benzodiazepínicos e o tabagismo, em virtude do impacto dessas substâncias na população mais idosa. Além disso, o uso de drogas ilícitas nos idosos é mais raro.
B. Fatores de Risco para o Abuso de Drogas no Idoso.
B.1 – Condições Psiquiátricas.
B.1.1 – Estados Depressivos.
Na população idosa, a