Aborto
Em uma entrevista com a Doutora Anna Giuli, Bióloga Molecular e professora de Bioética na Faculdade de Medicina da Universidade Católica do Sagrado Coração (Roma) é discorrido o que entende por ser o início da vida humana e sobre a dignidade do embrião.
Ao ser perguntada sobre o que entende por início da vida humana individual, a doutora concorda com a teoria biológica de que a “origem de um organismo biológico coincide com o início de seu ciclo vital”. Entende-se que o início de um ciclo vital independente define o início de uma nova existência biológica individual. Ela diz ainda que é importante analisar, portanto, a possibilidade de identificar o evento “crítico” que marca o início de um novo ciclo vital humano.
Quando é questionada sobre o momento em que começa a vida a doutora é enfática ao dizer que “um novo indivíduo biológico humano, original em relação a todos os exemplares de sua espécie, inicia o seu ciclo vital no momento da penetração do espermatozoide no ovócito.” Ela diz que a fusão dos gametas masculino e feminino marca o primeiro passo geracional, isto é, a transição entre os gametas e o organismo humano não formado. A fusão dos gametas representa um evento de descontinuidade porque marca a constituição de uma nova individualidade biológica, qualitativamente diferente dos gametas que a geraram. Segundo ela:
A entrada do espermatozoide no ovócito provoca uma série de acontecimentos, estimáveis do ponto de vista bioquímico, molecular e morfológico, que induzem a “ativação” de uma nova célula – o embrião unicelular – e estimulam a primeira cascata de sinais do desenvolvimento embrionário; entre as muitas atividades desta nova célula, as mais importantes são a organização e a ativação do novo genoma, que ocorre graças à atividade coordenada dos elementos moleculares de origem materna e paterna (fase pronuclear).
O novo genoma está, portanto, já ativo no estágio