Aborto
Milhares celebram em Madrid retirada da reforma da lei do aborto.
Num ambiente festivo, cerca de três mil mulheres, convocadas pelo Coordenador Feminista, desfilaram pela cidade espanhola para exigir ao Governo que suspenda "qualquer ameaça ao direito ao aborto" e que "não utilize" o Tribunal Constitucional para restringir este direito às mulheres, numa alusão ao recurso interposto pelo PP à atual lei.
Durante a marcha, que teve como lema "Nós decidimos. Aborto livre", foram ouvidas palavras de ordem como "Nem estado, nem religião. No meu corpo mando eu", "Fora o aborto do código penal" e o "Estado laico, leis laicas".
"Reafirmar o direito à liberdade de aborto significa que nenhuma mulher pode ser forçada a uma maternidade indesejada, nem questionada sobre a sua decisão de interromper a gravidez", disse um porta-voz do Coordenador Feminista no manifesto lido no final da marcha, que decorreu sem incidentes.
O ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, anunciou a sua demissão na passada terça-feira, depois de o presidente do Governo, Mariano Rajoy, ter confirmado a retirada da polemica reforma da lei do aborto e anunciado que irá apenas avançar uma alteração à lei em vigor para que se exija que as menores tenham autorização dos pais antes de interromper voluntariamente a gravidez.
Gallardón explicou que além de se demitir como ministro que decidiu também abandonar a política, pelo que renunciará ao seu mandato no Congresso de Deputados e a todos os cargos de responsabilidade no Partido Popular (PP).
A reforma da lei do aborto, fortemente contestada dentro e fora de Espanha e até dentro do executivo e do Partido Popular (PP), tinha sido um dos cavalos de batalha de Gallardón, e uma