Aborto
1 BREVE HISTÓRICO
A política relacionada aos recém nascidos portadores de anomalias advém de milênios. As atitudes tomadas em relação a estes, eram as mais diversas e ocorriam logo após o nascimento, pois na época não se detectavam essas anomalias no período pré-natal. Os brâmanes, tinham o costume de matar ou abandonar na selva as crianças que, dois meses depois de nascidas, lhes pareciam de má índole.
Segundo a autora Lydie Bodiou , na antiga Grécia, os nascidos não desejados eram levados para o alto de alguma montanha e ali abandonados. Aristóteles preconizava ser o aborto método eficaz para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas. Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da raça dos guerreiros.
Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem. Já Hipócrates, em seu juramento, assumiu o compromisso de não aplicar pressário em mulheres para provocar aborto.
Em Esparta, face o espírito bélico ali reinante, os aparentemente fracos eram eliminados por não poderem vir a servir ao Estado, principalmente nas guerras. Em Roma, os nascidos com aparência pouco humana, eram atirados de penhascos.
Com o advento do cristianismo, as práticas relacionadas aos recém nascidos malformados, foram desaparecendo, sendo substituídas por um sentimento de sacralidade e intangibilidade da vida.
Santo Agostinho, apoiado na doutrina de Aristóteles, pregava que o aborto só era crime quando o feto já tivesse recebido alma, o que se julgava ocorrer quarenta ou oitenta dias após a concepção, segundo se tratasse de varão ou de mulher, respectivamente.
Mais tarde, a Igreja Católica aboliu a distinção e passou a condenar severamente o aborto, e a pena de morte foi aplicada (morte pela espada, afogamento, fogueira) tanto à mulher como ao