Aborto e ética cristã
Listamos a seguir os principais tipos de aborto, bem como as implicações éticas para o cristão.
1.2.1 Aborto natural
Conforme o nome indica, é aquele que ocorre por causas naturais, o mesmo aborto “espontâneo” definido na seção anterior. As mais comuns estão relacionados a deficiências no embrião – as doenças genéticas. O problema também pode ser com a saúde da mãe: disfunções, hormonais, defeito ou inflamação no útero, viroses no início da gestação. Nesse caso, não há qualquer implicação de ética.
1.2.2. Aborto acidental
Come o nome indica, é aquele causado por acidente, alheio à vontade da gestante. A causa pode ser traumática (uma queda, uma batida violenta) ou psicológica (um susto, uma emoção muita forte). Em Êxodo 21.22, lemos: “Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem” (ARA). Há quem use essa passagem para alega que o aborto não é assassinato, pois a pessoa que provocava um aborto na situação descrita acima não era punida com a morte, omo nos casos de homicídio (v.23). No entanto, podemos comparar o aborto provocado nessas circunstâncias com um homicídio culposo (sem intenção), diferente do homicídio doloso (planejado) ou simples (não planejado). Não há dúvida de que a pena para o primeiro deve ser menor.
1.2.3. Aborto por eugenia
O aborto por eugenia é aquele praticado quando se constata no feto alguma deformação grave ou retardamento mental. Alguns cristãos não vêem problemas em casos desse tipo, mas o pastor Renovato de Lima argumenta:
Segundo os que defendem tal conceito, o embrião, ou o feto é considerado descartável, por ter “defeito”. Ocorre, porém, que pessoas retardadas, ou deformadas, ao nascerem, têm personalidade e características verdadeiramente humanas, como vimos anteriormente. E, por conseguinte, têm direito à vida.