Abordagem sobre machado de assis e seus cinco últimos romances
A ironia, o incerto, o indescritível, a transcendência figuram em todas as narrações machadianas, há ainda o espaço concedido à intimidade com o leitor, espaço esse que lhe dá a liberdade de fazer o que quiser, isto é, se o leitor desejar saltar trechos, ele o fará, ele esta livre para fazer suas próprias considerações sobre os personagens, mas também o reprime quando necessário. Tomemos como exemplo o trecho (capítulo XXVII), de Esaú e Jacó, “Não, senhora minha, não pus a pena na mão, à espreita do que me viessem sugerindo. (...) Se quer compor o livro, aqui tem a pena”. Insulta, envolve o leitor naquela linha de pensamento, no entanto não admite que ele se intrometa a ponto de querer ”compor o livro” que é seu e pede para ter “confiança no seu relato”. Estas questões são apenas um dos fatores que estimulam àquele que está a participar do enredo de Machado, às vezes até incorpora um viés cômico, ou ao criar uma amizade com o leitor, ou ao adivinhar e brincar com suas expectativas e pensamentos previsíveis. A rivalidade do irmão Pedro e Paulo é construída sem um motivo aparente e findam a história sem reconciliação. Talvez até por não souberem do que se reconciliarem.
Em Quincas Borba, como em todas as cinco obras, a crítica contra o capitalismo excessivo é primária, tanto que Rubião, um professor simples que virou subitamente um capitalista, só, de fato, entendeu como aquele sistema que corrompe a personalidade e difunde as relações oportunistas, quando pôde “apreciar o chicote tendo o cabo nas mãos”. Revelando que só pode compreender aquilo que o sistema