Abordagem funcional da gramática na escola
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF) vaniardutra@uol.com.br
Resumo: Pela adoção de uma concepção de gramática diferente da que vige nas escolas ainda hoje, pretende-se mostrar a relevância da concepção sistêmico-funcional para a integração entre gramática e texto no ensino de língua. Para tanto, parte-se do entendimento de que a gramática é um potencial para a construção de significado (NEVES, 2000). Discute-se, neste trabalho, a transposição dos conhecimentos produzidos pela academia para a escola, especificamente as contribuições que a Linguística Sistêmico-Funcional tem a oferecer no que diz respeito ao trabalho com a gramática. Com base na Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (2004), investigamos como os processos interacionais organizam a linguagem e como lhe conferem significado.
Palavras-chave: gramática, linguística sistêmico-funcional, ensino de língua materna.
Introdução
A linguagem verbal em sua modalidade escrita é um ramo de estudos sistemáticos de longa tradição e hoje ocupa uma posição de centralidade no processo de produção de conhecimento. As pesquisas sobre a linguagem desenvolvidas nas Universidades têm contribuído para o questionamento de conceitos e métodos que orientam o trabalho dos professores com a linguagem verbal, em sua modalidade escrita, na escola básica. Discute-se, neste trabalho, a transposição dos conhecimentos produzidos pela academia para a escola, especificamente as contribuições que a Linguística Sistêmico-Funcional tem a oferecer no que diz respeito ao trabalho com a gramática. A visão funcionalista examina a língua como uma entidade não suficiente em si, e investiga a estrutura linguística vinculada a seu contexto de uso, o que confere especial relevância à correlação entre as propriedades das estruturas gramaticais e as propriedades dos contextos em que ocorrem. Nessa perspectiva, a gramática é considerada parte de um conjunto