Abordagem da neurociencia
As Estruturas Cognitivas do Cérebro
A crença de Piaget de que a maturação neurológica é um fator importante no desenvolvimento cognitivo era apenas uma suposição. Hoje, a pesquisa em neurociência cognitiva, o estudo das estruturas cerebrais que regem o pensamento e a memória, confirmam essa idéia
Estamos aprendendo sobre o desenvolvimento neurológico dos bebês tanto indiretamente, a partir de estudos com macacos, coelhos e outros animais, quanto diretamente, a partir de instrumentos que medem a atividade cerebral humana. Os estudos do funcionamento cerebral do bebê utilizaram princípios behavioristas (condicionamento clássico e operante) e tarefas piagetianas (como imitação diferida e permanência do objeto). Outros estudos investigaram o aspecto físico do processamento de informações.
Medições realizadas no couro cabeludo dos bebês registram as ondas cerebrais associadas à memória de reconhecimento visual (Nelson e Collins, 1991, 1992), memória de reconhecimento auditivo (Thomas e Lykins, 1995) e transferência intermodal (Nelson,
Henschel e Collins, 1993), além de respostas físicas envolvidas na habituação, antecipação visual e tempo de reação.
Os cientistas estão obtendo um quadro cada vez mais claro acerca das estruturas cerebrais específicas que influenciam cada aspecto da memória (ver a Figura 4-6 e a discussão sobre desenvolvimento cerebral no Capítulo 4). Estudos de adultos normais e com danos cerebrais apontam para dois sistemas de memória de longo prazo separados
- explícito e implícito - que adquirem e armazenam diferentes tipos de informação por períodos mais longos de tempo. A memória explícita é a lembrança consciente ou intencional, geralmente de fatos, nomes, eventos ou outras coisas que as pessoas podem afirmar ou declarar. A memória implícita refere-se à recordação de hábitos e habilidades, como saber como arremessar uma bola ou andar de bicicleta. Exames cerebrais forneceram evidência