Abolição da escravatura
NO BRASIL
Movimento social, ocorrido entre 1870 e 1888, que defende o fim da escravidão no país. Termina com a promulgação da Lei Áurea, que extingue o regime escravista originário da colonização do Brasil. A escravidão começa a declinar com o fim do tráfico de escravos em 1850. Progressivamente, os imigrantes europeus assalariados substituem os escravos no mercado de trabalho. Mas é só a partir da Guerra do
Paraguai (1865-1870) que o movimento abolicionista ganha impulso. Milhares de exescravos que retornam da guerra vitoriosos, muitos até condecorados, correm o risco de voltar à condição anterior por pressão dos seus antigos donos. O problema social torna-se uma questão política para a elite dirigente do Segundo Reinado.
Lei do Ventre Livre – O Partido Liberal compromete-se publicamente com a causa, mas é o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulga a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. De poucos efeitos práticos, ela dá liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir dessa data, mas os mantém sob a tutela de seus senhores até atingirem a idade de 21 anos. Em defesa da lei, o Visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma “instituição injuriosa”, menos para os escravos e mais para o país, sobretudo para sua imagem externa. Campanha no país – Em 1880, políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do
Patrocínio, criam, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, que estimula a formação de dezenas de agremiações semelhantes pelo país. Da mesma forma, o jornal O Abolicionista, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini, servem de modelo a outras publicações antiescravistas. Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e políticos engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagar cartas de alforria (documento de libertação de escravos). O país é tomado pela causa abolicionista e, em 1884, o Ceará