Abolição, cap 12 de Seymour Drescher
O governo espanhol viu na Confederação sulista, um anteparo às intenções anexionistas dos Estados Unidos, mas em 1865, com a vitória da União começou a trilhar os caminhos da abolição, com receio de perder suas colônias.
Em Cuba, a guerra dos Dez Anos (1868-1878), cuja prioridade inicial não era a abolição, levou a Espanha a suspender o processo de emancipação e deixou o grave problema da perda de trabalhadores. Em 1870, graças aos esforços dos abolicionistas promulgou-se a Lei de Moret sobre a abolição gradual, que deixou pendente a questão da indenização e a manutenção do trabalho. Em março de 1873, foi promulgada a abolição de Porto Rico.
A paz negociada no Pacto de Zampon (1878) libertou os escravos que participaram da luta. Em 1880, a Lei da Emancipação declarou a abolição imediata, mas criou a instituição do patronato, que garantia o trabalho do ex-escravo por mais oito anos. Ao longo do processo, os escravos mostraram-se efetivos fugindo, lutando na guerra e conquistando a liberdade. “Como nos conflitos hispano-americanos anteriores, eles abriram um caminho para os direitos políticos depois da emancipação, que foram cancelados ou adiados nas sociedades anglo-americanas” (DRESCHER,2011, p.497), deixando um importante legado.
No início do terceiro quartel do século XIX, o sistema escravista brasileiro mostrava-se sólido, próspero e dinâmico, com uma elite consciente de seus privilégios. Na década de 1850, o governo brasileiro soube resistir bem às pressões britânicas.
A longa discussão que precedeu