Abiogênese x Biogênese e o surgimento da vida
Até os meados do século XIX acreditava-se que os seres vivos podiam surgir espontaneamente da matéria não-viva, crença que ficou conhecida como hipótese da geração espontânea ou abiogênese. Hoje sabe-se que um ser vivo surge somente através da reprodução (sexuada ou não).
A teoria da geração espontânea surgiu de um erro de interpretação de fatos que até hoje se observam. É um fato, por exemplo, que podem sair moscas da carne em decomposição. A interpretação precipitada levou os cientistas, de um passado não muito distante, a acreditar que a carne podre se transformava em moscas !
Isso tudo, apesar de parecer ridículo hoje em dia, era dito a sério por gente importante no mundo da Ciência, na época. O que acontece é que eles não dispunham dos recursos que dispomos hoje para verificar o que de fato ocorre.
Hoje sabemos que moscas podem fazer a postura de seus ovos na carne em decomposição, de onde nascerão novas moscas, após certo tempo.
Diversos cientistas trabalharam no sentido de mostrar que a hipótese da geração espontânea era falsa. Dentre eles destacaram-se Redi, Spallanzani e Pasteur.
A hipótese da geração espontânea era inconsciente e foi derrubada por Pasteur com experimentos simples e bem controlados.
A queda definitiva da hipótese da geração espontânea levantou uma nova questão: se os seres vivos não surgirem, em nenhum caso, da matéria bruta, como teriam surgido na
Terra pela primeira vez?
Em 1869 o Biólogo inglês Thomas Huxley foi o primeiro a defender a idéia de que os primeiros seres vivos surgiram como resultado de um lento processo de evolução química em nosso Planeta. Essa idéia foi retomada e aprofundada por volta de 1920 pelo Biólogo inglês
J. B. S. Haldane e pelo Químico russo A. I. Oparin. Estes cientistas propuseram que a vida teria surgido a partir de substâncias formadas nas condições existentes na Terra primitiva.