Aberrações sexuais

PSICOTERAPIA X PSICANÁLISE
Alina Pereira

A escolha do tema se deve à necessidade de maior compreensão acerca das diferenças entre essas duas práticas. Muito se ouve, na faculdade, dos objetivos em comum entre as práticas da psicoterapia e da psicanálise, que seria a busca pelo alívio do sofrimento psíquico. Aliás, esta é a definição de psicoterapia dada por C.G. Jung, que trata de forma generalizada e simplória quando diz que psicoterapia é tudo o que promove o alívio do sofrimento psíquico, podendo ser, portanto, incluído nessa categoria até mesmo a religião.

Freud, em seu texto “Sobre a Psicoterapia” traça a diferença entre as técnicas de sugestão (da psicoterapia) e a analítica através da analogia com a antítese proposta por Leonardo da Vince sobre a pintura e a escultura. Na sugestão, o terapeuta não se preocupa com a origem, a força ou o sentido dos sintomas patológicos, mas apenas em removê-los, orientando o sujeito sobre como deve agir; como um pintor, impõe suas próprias cores e formas à tela. O psicanalista, por outro lado, não acrescentaria nem introduziria nada ao sujeito, mas auxiliaria-o a trazer “para fora” elementos inconscientes responsáveis pela gênese dos sintomas patológicos; assim como o escultor faz surgir a escultura escondida no mármore. “O analista respeita a individualidade do paciente e não procura remoldá-lo de acordo com suas próprias idéias pessoais; contenta-se em evitar dar conselhos e, em vez disso, despertar o poder de iniciativa do paciente” (texto “Psicanálise” p.267).

Entretanto, após a explicitação da diferença entre as duas práticas, Freud, parágrafos seguintes, ao citar algumas contra-indicações ao tratamento menciona “pacientes que não possuam certo grau de formação” e pessoas mais velhas, pois “pessoas idosas já não são educáveis” (educáveis?). Pode ter havido algum problema de compreensão de minha parte, mas posto dessa forma parece contraditório que pessoas com pouca formação intelectual e pessoas idosas