ABCD
“As máscaras são expressões controladas e ecos admiráveis do sentimento, ao mesmo tempo fiéis, discretas e supremas”. (George Santayana)
Teatro, foi um nome que a vida não recebeu, com a devida acepção da palavra, mas bem que poderia ter recebido, já que é nela que o homem provido de fantasias, marcação de cenário, roteiro e de máscaras, apresenta cotidianamente o seu espetáculo. A preposição foi abordada implicitamente por Erving Goffman no livro “ A representação do eu na vida cotidiana”, lançado na Inglaterra, em 1959 e traduzido para português em 1985, pela editora Vozes. No livro, o autor utiliza da metáfora da ação teatral para expor a estrutura que o homem desenvolve diante de qualquer situação social, ao tentar dirigir e dominar as impressões que possam ter dele, empregando técnicas de sustentação.
Deste modo, ao desempenhar um papel social, o homem convoca seus observadores para que respondam a impressão sustentada perante eles. Solicita que acreditem que o personagem que vêem no momento possui os atributos que aparenta possuir, que o papel que representa terá as conseqüências implicadamente pretendidas por ele, assim como age o ator profissional. A única diferença é que o ator ao terminar sua apresentação pode abandonar as máscaras físicas e psicológicas desenvolvidas para seu personagem, já o homem, não pode ausentar-se do uso delas, ou do contrário, terá as falhas de sua personalidade e reais interesses, perante suas ações, revelados.
“Não é provavelmente um mero acidente histórico que a palavra “pessoa”, em sua acepção primeira, queira dizer máscara. Mas, antes, o reconhecimento do fato de que todo homem está em todo lugar, mais ou menos conscientemente, representando um papel... É nesses papéis que nos conhecemos uns aos outros; é nesses papéis que nos conhecemos a nós mesmos“. Robert Ezra Park, Race and culture (Glencoe III, The Free Press, 1950), p. 249.
No outro extremo podemos verificar que o