abastecimento
Em época de seca, tão importante quanto o caminhão-pipa, o jumento-pipa abastece as populações de baixa renda do Semi-árido nordestino.
É muito provável que, no início do terceiro milênio, a água passe a ser tão preciosa, para as populações do planeta, como são o ouro e o petróleo. No Nordeste brasileiro, essa previsão não é difícil de fazer, tendo em vista o tratamento inadequado exercido pelas populações, nos volumes hídricos existentes, tratamento este não condizente com a importância que a água tem ou que deveria ter na vida das pessoas. No Brasil, as secas sucessivas, aliadas à falta total de planejamento dos órgãos públicos com relação a gestão da água, fazem com que tenhamos plena convicção do colapso iminente desse setor. A concretização desse cenário é uma mera questão de tempo. Vai faltar água para beber.
E por que estamos nessa situação de penúria hídrica ?
Associadas à falta de planejamento dos órgãos públicos na gestão dos recursos hídricos, pesam sobre a região nordestina algumas características geoambientais que induzem naturalmente à escassez de água.
Apesar de sofrer a influência direta de várias massas de ar (a Equatorial Atlântica, a Equatorial Continental, a Polar e as Tépidas Atlântica e Calaariana) que, de certa forma, interferem na formação do seu clima, essas massas adentram o interior do Nordeste com pouca energia, influenciando não apenas nos volumes das precipitações caídas mas, principalmente, no intervalo entre as chuvas. Na região chove pouco (no Semi-árido as precipitações estão entre 500 e 800 mm) e as chuvas são extremamente mal distribuídas no tempo, tornando-se uma verdadeira loteria a ocorrência de chuvas sucessivas, em pequenos intervalos. O clima do Nordeste também sofre a influência de outros fenômenos, tais como: El Niño que interfere principalmente no bloqueio das frentes frias vindas do sul do país,