Abandonos de crianças no brasil
Muitas crianças brasileiras tinham dias, meses de vida quando foram abandonados horas depois do nascimento, ainda nas maternidades, em abrigos ou no Juizado de menores.
É preciso ser forte para assimilar o que essas crianças vivem ou já viveram; as histórias que elas contam ou poderiam contar se não estivem “presas” num abrigo. Um menino que não se lembra de há quanto tempo foi abandonado. deu um depoimento dizendo: “Minha avó me deixou aqui porque não tinha ninguém para cuidar de mim”.
Esse relato é de um menino recordando a sua história. Entretanto, a grande maioria não tem coragem de relatar, devido a vergonha que sentem. Certas crianças preferem viver num mundo de sonhos, onde os pais, de uma hora para outra, vão aparecer. Em alguns casos, a família não existe mais ou desapareceu. Corredores e salas desses abrigos e juizados também protegem aqueles que sofreram abuso sexual de padrasto, do pai ou irmãos mais velhos.
Dois caminhos esperam por essas crianças: as que têm a saúde perfeita, a adoção; os que têm algum tipo de deficiência podem ser rejeitados mais uma vez, pois raramente são adotados.
O problema da adoção no Brasil é bastante grave. Os brasileiros querem crianças de até 3 anos de idade e normalmente sozinhas, sem os irmãos. Em São Paulo, pesquisas apontam que, pelo menos 55% dos abrigos são formados por grupos de irmãos, os quais não podem ser separados.
Uma pesquisa feita pela Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional de São Paulo, indica preferências assustadoras, na visão dos especialistas. Confira o perfil de crianças pretendidas pelos futuros pais:
• 99,32% só querem uma criança;
• 82,68%, procuram crianças com, no máximo, 3 anos;
• 49,39% só aceitam se for branca;
E uma surpresa: 83,32% dos candidatos são casais; 41,41% têm curso superior completo; 43,29% não aceitam irmãos.
Cada dia perdido dentro de um abrigo é um dia sem beijo, sem abraço, sem um carinho de mãe, seja ela biológica ou