Abandono ao idoso
Existe uma série de fatores que interferem na permanência dos idosos junto aos seus familiares, como o agravamento da pobreza, os conflitos geracionais, a intensidade dos laços familiares no decorrer de suas vidas, a saída dos membros da família para o mercado de trabalho e o aparecimento e/ou agravamento de determinadas patologias que geram certo grau de dependência, assim como o rompimento de laços afetivos.
Alguns autores defendem a ideia de que é fundamental a presença da pessoa idosa na família e na sociedade, já que a mesma participa de forma construtiva no ambiente em que vive. Mas a realidade nos dias de hoje, no que se refere ao idoso, ainda está distante do ideal. Os relacionamentos afetivos estão cada vez mais complexos e comprometedores com as necessidades individuais de cada um, os cuidadores, que muitas vezes eram mulheres, hoje já não se encontram totalmente disponíveis no domicílio, devido ao aumento considerável da necessidade de trabalhar para ajudar, ou mesmo em muitos casos, sustentar seus lares. Muitas vezes o idoso acaba absorvendo direta ou indiretamente esta situação, principalmente as decorrentes de ordem financeira e social, pois alguns se encontram incapacitados para permanecerem sozinhos e necessitam de cuidados especiais e contínuos. “Nos últimos tempos, o que vem contribuindo intensamente para isso é a dificuldade no convívio entre gerações e a sociedade, pois diante da acelerada industrialização, da nuclearização crescente da família e de salários insuficientes para mantê-la, a classe trabalhadora vê-se impossibilitada de abrigar seus idosos”.
A institucionalização da velhice deixa de ser apenas uma prática filantrópica e se transforma também em fonte de renda, considerando o aumento dessa população necessitada de cuidados especiais e a impossibilidade de a família arcar com os cuidados.
As instituições surgem para atender necessidades sociais de diversas naturezas. Independente de sua essência e de análises